- Como a rádio é mantida? Com verba da comunidade ou com recursos institucionais?
Temos um quadro de associados, entre pessoas físicas e entidades da sociedade civil. Para pequenos investimentos, promovemos rifas, festas e cotização entre a diretoria e amigos.
- Qual é a sua programação?
Priorizamos inserções com pessoas da comunidade opinando sobre os mais variados assuntos de 15 em 15 minutos, entremeado por quadros como “Música Popular de Qualidade”, “Artistas da Comunidade” e “Momentos de fé” (do segmento religioso).
- Qual é a sua relação com a comunidade? A população tem participação ativa na rádio?
A comunidade participa através das suas organizações como Clube de Mães, Centro Comunitário, Associação Comercial, grêmios estudantis e segmentos institucionais, a exemplo do Conselho Tutelar.
- Quais são os projetos da rádio com a comunidade?
Temos um jornal circulando mensalmente, promovemos sessões de cinema no Centro Comunitário e participamos das ações coletivas em favor do bairro.
-Como surgiu a rádio? Quem são os fundadores? Com qual objetivo foi fundada a rádio?
A rádio surgiu do idealismo de pessoas ligadas ao movimento de radiodifusão comunitária da Paraíba que residem ou residiram no bairro, a exemplo dos jornalistas Dalmo Oliveira e Fábio Mozart, fotógrafa Fabiana Lucena, radialista Marcos Veloso e professor Moreira. A rádio foi fundada com o objetivo comum de promover a cultura local e dar visibilidade aos movimentos populares da região do vale do Cuiá.
- Foi difícil conseguir a concessão?
Ainda não conseguimos a concessão.Operamos informalmente.
- Quais são os principais projetos? E como eles resultam em benefícios para a comunidade?
Como principal projeto, a rádio implantou o Programa Hip Hop, com cursos de teatro, oficinas de poesia, grafite e outros elementos do Hip Hop para congregar a juventude e capacitar profissionalmente, incluindo curso de informática.
- Quais as dificuldade encontradas para conseguir o sinal para a rádio?
São as dificuldades que toda rádio de baixa potência e sem apoio de políticos enfrenta. Depois de quatro anos, ainda não foi possível obter a concessão.
- Quais são os principais fundamentos?
Participação da coletividade – democratização do conteúdo – capacitação dos comunicadores – experimentar novas formas de fazer rádio, fora dos padrões da mídia comercial.
-Para qual tipo de público a rádio é destinada?
Juventude e moradores em geral do bairro Ernesto Geisel e adjacências, em João Pessoa (PB).
- Como a comunidade interage com a rádio?
Ainda de forma tímida, por causa do hábito de não participar como sujeito nos veículos de comunicação tradicionais, mas aos poucos a população local tem compreendido o papel da rádio e que ela só tem razão de existir com “o microfone na mão do povo”.
- Como a cultura e o lazer são tratados na rádio?
Tratamos a cultura tentando balancear o gosto popular e a música e artes em geral de boa qualidade. Isso é complicado, mas é o único caminho para educar e estabelecer novas formas de produzir e consumir arte.
- Houve interferência do governo para a rádio continuar funcionando?
Negativo.
- Já houve algum problema com o sinal da rádio?
Sim. Antes operávamos na freqüência 104,9 MHZ, que interferia no sinal da Rádio Comunitária Cruz das Armas, de uma comunidade próxima. Após acordo, mudamos nossa freqüência para 87,9 MHZ.
-Há apoio do governo?
O Governo participou como parceiro no projeto Hip Hop, através da Subsecretaria Estadual de Cultura.
- A rádio possui programas de qual gênero?
Transmitíamos o programa Feminino Plural, dirigido às mulheres.
- Quem “trabalha’ na rádio?
Voluntários da comunidade.
- Há quanto tempo a rádio está no ar?
Contamos seis anos de atuação.
- Qual é objetivo da rádio?
Ajudar na democratização dos meios de comunicação – Oferecer um canal de comunicação para a comunidade discutir e encaminhar os problemas comuns. – Espaço para divulgar artistas que não têem vez nas rádios, TVs e jornais comerciais.
- Com qual objetivo foi fundada a rádio?
Os mesmos da pergunta anterior.
- A rádio recebe algum apoio político?
Temos a simpatia do deputado federal Luiz Couto, um amigo das rádios comunitárias da Paraíba.
-Há quanto tempo você trabalha na rádio? Neste tempo de experiência, você lembra de algum caso em especial que a rádio tenho ajudado a solucionar ou denunciar?
Trabalho na rádio há quatro anos. O projeto Hip Hop foi muito importante para encaminhar jovens da periferia ao mercado de trabalho, oferecendo ainda lazer e oportunidade de discussão sobre drogas, violência e outros problemas dessas comunidades carentes.
- A rádio enfrentou ou enfrenta algum problema? Qual?
O grande problema é a falta de recursos e o constante perigo de ser interditado o sinal e confiscados os equipamentos, com conseqüente processos criminais e multas.
- Qual mensagem você deixa para as rádios e profissionais que lutam pela concessão e legalidade desses canais?
Resistir e estar no ar, porque rádio comunitária fora do ar não é rádio comunitária.
Postado por RÁDIO COMUNITÁRIA ZUMBI DOS PALMARES FM às10:12
Parabéns aos amigos da Rádio Zumbi dos Palmares pela iniciativa em responder aos questionamentos dos estudantes da Universidade São Judas Tadeu de São Paulo, a iniciativa exemplifica o desempenho do segmento do serviço de radcom.